O dia de ontem trouxe uma rara conjugação de más notícias.
O governo anunciou a intenção de mais um pacote de medidas de austeridade económica incluindo agora cortes nas pensões de reforma dos mais beneficiados (que os contribuintes pagaram no seu tempo), cortes e congelamentos que atingem os rendimentos dos mais necessitados, agravamento de certos impostos, reconsideração de todos os investmentos, etc. É certo que a economia só pode retrair-se ainda mais mas, agora, parece não haver outra saída. E quem será capaz de afirmar que tais medidas são suficientes para travar a contínua subida dos juros a que a dívida soberana é colocada no exterior? Podem amaldiçoar-se os mercados mas, na realidade, estes não são outra coisa senão os investimentos das finanças públicas de outros estados, de bancos, grandes empresas, fundos de pensões e outras aplicações financeiras semelhantes àquelas onde colocamos as nossas poupanças familiares à espera de “renderem alguma coisinha…”.
À noite, começou a concretizar-se a ameaça de, à crise financeira e económica, vir agora juntar-se uma crise política doméstica. A sequência é previsível: novas eleções, com acusações mútuas de irresponsabilidade entre os dois maiores partidos; novo governo minoritário; maior degradação da situação externa; medidas de urgência e de “desestatização” de certas actividades; contestação cerrada das oposições… e que mais?
Finalmente, ontem tivemos ainda as imagens pavorosas de destruição sísmica no Japão, com o cúmulo de um grave acidente nuclear, cujos efeitos ainda estão por avaliar.
Há dias nefastos!
JF / 12.Mar.2011
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sábado, 12 de março de 2011
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