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quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Um ano charneira

Tal como outros que deixaram marca na História, o ano de 2017 pode ter representado o início de uma viragem significativa na relação do Ocidente com o resto do mundo e no seu próprio modo de viver, a que nos habituámos nas últimas décadas.
Numa União Europeia desunida, bloqueada e incapaz de resolver os problemas económico-financeiros que a afligem, o resultado do referendo do “Brexit” foi o sinal de alerta de que algo de fundamental iria mudar nas instituições estatais (não excluindo até a independência democrática da Escócia ou da Catalunha) e nas suas relações com a Rússia e a Turquia. Do que não há dúvidas é que os nacionalismos renasceram na Europa e se está apagando a chama congregadora e federalista que tantas esperanças despertou depois das hecatombres guerreiras de século XX.
O segundo choque foi, como é sabido, a eleição do milionário Trump para presidente dos Estados Unidos. O seu discurso “fácil e popular” foi suficiente para vencer nas urnas os aparelhos partidários tradicionais, os mass media e a opinião pública mundial mais esclarecida e ilustrada. As suas suspeitas ligações com o autoritário Putin, que domina “à moda antiga” um país-continente e possui o segundo maior arsenal nuclear do mundo, são de molde a deixar inquietos os mais independentes dos observadores e também outros países de mão-de-obra barata que concorrenciam alguma da indústria transformadora norte-americana. E, noutro sentido, veremos até onde irá a retórica anti-chinesa e as medidas que poderá tomar contra o provocador líder norte-coreano. Em todo o caso, trata-se de uma personagem aberrante para as funções que lhe foram atribuídas e da qual se pode esperar sempre o pior, em especial quando ele termina as suas fases espetando o dedo e dizendo convicto “Believe me!”.
O reaccionarismo anti-posmoderno do “homem da melena amarela” é ainda coisa de somenos importância, em comparação com os disparates internacionais que podem provir da Casa Branca, mas há atitudes imperdoáveis, ao lado de outras mais entendíveis. Não falo agora da sua xenofobia estrutural, a que uma parte do povo americano já está a dar, nas ruas e nas instituições, a merecida resposta. Refiro-me antes à travagem que o Sr. Trump tenta impor face aos excessos “vanguardistas comportamentais” em que as esquerdas do Ocidente têm sido pródigas nos últimos 30 anos. Depois da justa luta pela igualdade posível entre homens e mulheres, pela liberdade de crença e os direitos humanos essenciais, a esquerda ficou sem causas a partir do momento em que o operariado se “aburguesou” e uma larga e diversificada “classe média” passou a ter papel decisivo nos pleitos eleitorais. Daí a “necessidade” de inventar “novas causas” – cada qual mais ousada do que a anterior – mesmo que a miséria material ainda continuasse a grassar na maior parte do planeta!
As derivas direitistas de muitos governos democráticos têm este como um dos seus principais factores explicativos. Sempre pensei que tal afã vanguardista (a partir do exercício do poder) viesse a suscitar um movimento retrógrado por parte das grandes massas asiáticas, africanas e sul-americanas, para quem as imagens das nossas riquezas não compensam completamente a integralidade dos seus antigos modos de vida, apesar de paupérrimos. Mas não imaginava que tal fissura viesse a acorrer no interior dos nossos próprios países de cultura ocidental. É claro que, com as ameaças terroristas e as migrações maciças de refugiados e outros migrantes desgraçados, não faltam ideólogos e militantes xenófobos ávidos de lançar gasolina na fogueira. Na Europa ocidental, não o esqueçamos, residem (números redondos) 5 milhões de muçulmanos na Alemanha (turcos na sua maioria), 7 milhões em França e largas centenas de milhar na Áustria, Bélgica, Reino Unido ou Holanda, muitos deles com dupla nacionaldade. No conjunto da Europa, são milhões os cidadãos que professam uma religião islâmica, o que poderia ser uma excelente aquisição civilizacional se não fosse o actual clima de confronto e intolerância, que não parece deixar de ganhar sempre novos adeptos.
Os resultados dos diversos processos eleitorais de 2017 não touxeram grandes novidades, com a prevista dinâmica populista de direita, talvez menos catastrófica do que se temia mas acentuando os efeitos sobre as políticas nacionalistas de grande parte dos países (sobretudo a leste) e a já há muito pressentida decadência da unidade europeia, sempre ameaçada por uma falência italiana e pelos riscos cisionistas em Espanha, nas ilhas britânicas e em outros lugares, sendo difícil antever de que forma o projecto de relançamento europeu do sr. Juncker poderia alcançar algum sucesso. Falta saber o que conseguirá realizar o presidente francês Macron, com um programa moderado mas arrojado e contundente em certos aspectos, com a urgência com que tem de ser aplicado. E na Alemanha, cuja trágica história recente ainda pesará na consciência dos seus cidadãos, a vitória da Srª Merkel e correspondente derrota do SPD mostrou o acerto da política de equilíbrio e sensatez da chanceler nos últimos anos, da sua inteligente aceitação dos refugiados do Próximo-Oriente, mais a sua demarcação do Brexit, da Turquia e do Sr. Trump, ficando agora a interrogação sobre que governo conseguirá formar e acerca da orientação financeira que poderá ser seguida, após tantos anos sob a direcção do irascível Sr. Schäuble e a tensão sempre existente com o Banco Central Europeu. Veremos também como avançará a tão esperada reforma financeira da UE, com o sorriso nervoso de Centeno à cabeça do “eurogrupo” e a renovação do tendem franco-alemão. Porque da Itália, com novas eleições em breve, não é difícil prever o prolongamento da sua quase-ingovernabilidade, dados os partidos e as regras existentes.  
No Médio-Oriente, extinguido o domínio terrotorial do Daesh, fixada a presença russa e prolongada a indeterminação sobre o futuro dos Curdos – acendem-se agora rivalidades político-religiosas entre estados soberanos até aqui menos evidentes. Sem menosprezar o peso do Egipto e da Turquia (e da Argélia na região do Magrebe e da África Ocidental), é certo que a Arábia Saudita e o Irão – apesar da aparente unidade na condenação de Israel, numa Palestina de novo em Intifada – são as duas potências regionais com maior influência financeira e ideológica que vêm agora mostrando interesses conflituantes entre si, hesitando o Ocidente sobre qual delas preferir ou esperando o seu desgaste mútuo para depois colher algum benefício. Um pouco a mesma postura é a da Rússia para uma região onde conseguiu meter uma cunha muito forte na Síria, numa altura em que se prepara para renovar o mandato autoritário de Putin, sempre com as rédeas do poder em mãos desde que entrámos no século XXI. Mas o radicalismo político islamita não acabou: além da Al-Kaeda, dos Taliban, do “Estado Islâmico”, do Al-Shabab, do Boko Haram, do Jamaa Islamiah, do Hezbolah, etc., há o Hamas e outros extremistas palestinianos. E é tão fácil explorar as fraquezas do Ocidente…
Da África negra vieram nos últimos tempos notícias algo surpreendentes, a quebrar o marasmo dos fumos de corrupção e abusos de poder de que sempre se ouve falar em Moçambique ou na África do Sul, para não citar outros casos muito mais graves. A sucessão e o desempenho inicial do novo presidente João Lourenço em Angola são uma novidade que levanta algumas expectativas, apesar das relações destas grandes ex-colónias com a antiga potência colonizadora (hoje pequena e in-potente) serem sempre delicadas, como também acontece com o Brasil. Mas sobretudo os episódios de fim-de-“mandato” de Mugabe no Zimbabuè abrem maiores interrogações sobre qual o encaminhamento futuro dessa antiga colónia inglesa, outrora economicamente próspera sob o punho da minoria branca (a certa altura capitaneada pelo “rebelde” Ian Smith) e onde a libertação pelos guerrilheiros independentistas, em vez de progresso e igualdade, abriu uma outra senda de violências e descalabros.
Em outros países das periferias mundiais encontramos perturbantes situações de descalabro social onde, além das antigas misérias, se acumulam negócios e corrupção, e tiques ou ensaios de novos exercícios ditatoriais, vide a Venezuela (“bolivariana”), o Perú (ex-“chino”), a Bolívia (índia), a Argentina (pampera) e o Brasil (da Odebrecht) na América Latina, ou as Filipinas no Sueste Asiático – curiosamente, todos países de anterior colonização ibero-católica – contrastando com o toque britânio deixado na Índia, no Ceilão, Singapura ou Hong-Kong.
Finalmente, o resultado eleitoral na Catalunha do dia 21 p.p., com uma vitória dos partidos independentistas, frustrou a “jogada política” do Sr. Rajoy e voltou a pôr as coisas no ponto em que estavam antes do atribiliário referendo de 1 de Outubro. Com a diferença, perante o impasse, de se ter talvez aberto um espaço negocial entre Barcelona e Madrid (que leve à tão falada quanto difícil Constituição Federal), ainda que eventualmente à custa da queda do actual governo e do recurso a umas novas eleções gerais, de prognóstico completamente reservado. De uma coisa parece não haver dúvidas: ficam à vista as limitações implícitas neste modo de organização do poder político nacional e o desgaste dos mecanismos legais-institucionais que pode ter, a prazo, consequências insondáveis, apesar do apego da maioria aos métodos de consulta pacífica do parecer das populações.    
Quanto a Portugal, debaixo do olhar atento do condestável do regime e provedor do povo que assenta em Belém, e sobre a base do boom turístico, com juros em baixa e notações em alta, um crescimento económico surpreendente, um futebol-rei em que ninguém ousa tocar e uma oposição desnorteada, a aliança PS-PCP-BE ultrapassou a prova das eleições autárquicas, conseguiu a aprovação do seu terceiro orçamento e prepara-se para tentar cumprir a legislatura, coisa em que ninguém acreditava à partida. Mas o primeiro-ministro perdeu o sorriso e a sobranceria após o desastre incendiário de Pedrógão (a sua repetição em Outubro e, também, os “casos” que se sucederam) e está a transformar o estilo da sua governação. Em direcção a quê? A uma legislatura de maioria absoluta? A conseguir a impensável união das esquerdas? A satisfazer a ambição dos seus, garantindo um poder interno para poder bater-se na Europa? A lograr instalar definitivamente o país na pós-modernidade? (com o que de bom, de mau e, para nós, inevitável, isso significa.) Ou à espera de uma saída airosa para a alhada em que se (nos) meteu? E se o “populismo” de Santana Lopes levar a melhor sobre o rigorismo de Rui Rio, é de prever que a crispação entre esquerda e direita se mantenha em Portugal por mais uns anos, sob a ignorância e o desinteresse da maioria.

Tentemos algum tipo de conclusões:
1ª – Os grandes partidos democráticos tradicionais que, em boa medida, fizeram o mundo pós-segunda guerra mundial (sobretudo a social-democracia e a democracia-cristã), estão todos em acentuada crise; podem ainda reunir o maior número de votos, mas como “mal menor” e sem projecto mobilizador para o futuro. O enriquecimento já não satisfaz a classe média tornou-se irrealizável para todo o povo. No Ocidente, a sua governação parece irrremediavelmente afectada pelo mais básico pragmatismo, negocismo, intrigas, tacticismo politiqueiro e até corrupção. A outrora “superioridade ética” a que se arrogava face aos regimes totalitários e por fazer referência aos mais desprotegidos da sociedade, quase desapareceu. E algo de parecido se poderia dizer do bi-partidismo americano.
2ª – Consequência disto e da chamada “globalização” (que tornou todos os países mais interdependentes economicamente), surgem agora muitos mais agrupamentos partidários, cada qual defendendo a sua causa/ideia particular ou distinguindo-se pelas ideossincrasias das respectivas lideranças. Os governos de base parlamentar vão tornar-se mais difíceis de constituir e funcionar.
3ª – A “grande classe média” criada pela riqueza social disponível é muito (e cada vez mais) heterogénea e dificilmente representável por uma força política coerente.
4ª – Os indivíduos (a quem já é arriscado chamar cidadãos) estão agora mais entregues à sua individualidade, subjectividade e inclinações ideológicas aleatórias, não estruturadas, na exacta medida em que se alargou imenso o leque de informações a que têm acessso e que adquiriram a ilusão de poder escolher e decidir.
5ª – No âmbito não-convencional (das bandas alternativas do ecologismo, do “movimento dos “99%”, do anarquismo ou de algum outro novo humanismo), não surgiu até hoje qualquer força agregadora capaz de galvanizar massas significativas de pessoas, com uma linha estratégica compreensiva, coerente e capaz de dar resposta aos problemas sociais, económicos, políticos e culturais do mundo actual – os quais (não o simplifiquemos!), são complexos.
6º – O “refúgio identitário” étnico ou religioso, o nacionalismo e a violência brutal e anónima que anima certas minorias têm sido as respostas encontradas para esta situação, num mundo que caminha inexoravelmente para uma maior integração sem ser capaz de conviver com as diferenças culturais profundas que identificam cada uma das suas comunidades e que, afinal, deveriam constituir a sua principal riqueza.
7º – Os chamados populismos estão explorando de diversos modos – uns democráticos, outros religiosos e outros mesmo agressivamente autoritários, militaristas ou assassinos – esta desorientação e nova “rebelião das massas”, cujo desenlace só pode ser a guerra ou outras catástrofes da mesma espécie. A própria “esquerda” – que em tempos procurava seguir caminhos de liberdade, justiça e progresso – não se dá conta de que também ela integra hoje esta mesma dinâmica suicidária.
8º - Num país como Portugal, os fenómenos urbanos (os bons e os maus) estruturam e condicionam hoje grande parte da nossa vida em sociedade, enquanto o espaço rural (“os campos”) ainda não encontrou forma de subsistir com a escassa população que lhe resta. É provável que, numa futura reorganização da administração pública, passe a haver um departamento “das cidades”, outro “do território”, outro da “defesa e segurança”, etc., em vez da actual divisão funcional estanque entre ministérios.                      
9º - Finalmente:
-Os sistemas políticos actuais – ideologias, partidos, práticas e instituições – estão longe de representarem cabalmente as grandes clivagens que atravessam as sociedades, sendo urgente a sua renovação.
-Os movimentos religiosos também estão sendo questionados por dilemas e inquietações que afectam a sua unidade interna e a sua credibilidade externa, a saber: a) a mais sustentada crise de religiosidade que o mundo alguma vez conheceu, afectando especialmente a Igreja Católica; b) os problemas que o feminismo moderno levanta, quer às suas bases teológicas, quer à sua ordem disciplinar; c) o perturbante e criminoso fenómeno do abuso sexual de menores e a tantas vezes hipócrita prática da castidade; d) o uso das convicções religiosas como arma política ao serviço de espíritos propensos ao fanatismo (e agora sobretudo usada contra os valores universalistas ocidentais); etc.
-Por outro lado, os efeitos da acção humana sobre os equilíbrios ambientais (indústria, urbanismo, turismo de massas, exploração de certos recursos ou poluição) é também um tema que divide profundamente as opiniões, embora seja patente tratar-se de uma quase-certeza.
-As empresas são outro dos fundamentais actores do nosso tempo, não apenas porque criam riqueza e sustentam o emprego da maioria da população, mas também porque alimentam um sistema económico descentralizado (o tão denegrido “mercado”) e fecharam finalmente o mundo num só. Isto é bom, com a condição de que seja devidamente regulado, se limite o leque de distribuição dos rendimentos, se impeçam os fenémenos de cartelização ou monopólio e se adoptem princípios de um “comércio justo”; mas pode ser péssimo, quando tal não acontece.
-Finalmente, a ciência – um dos principais factores de modernização das nossas sociedades – encontra-se numa encruzilhada complexa entre as fantásticas possibilidades tecnológicas por ela permitidas, os bons e maus usos práticos que a sociedade (e os seus dirigentes) delas estão desde já fazendo, e a (infelizmente escassa) reflexão ética sobre os caminhos que, aos Humanos, serão ou não lícitos percorrer em tais domínios.          
Os enormes desequilíbrios na distribuição da riqueza produzida entre os países existentes no mundo e no interior da maior parte deles, não sendo a única, serão a principal causa das correntes migratórias que afluem à América do Norte e à Europa, e dos campos para as cidades. O Ocidente investe pouco (e mal) no Sul – é sabido! –, depois de uma exploração secular que lhe ajudou a construir a predominância de que ainda hoje desfruta.  Mas lastimável é também que, salvo honrosas excepções, os representantes oficiais dessas populações deserdadas da sorte sejam pessoas de baixa estirpe, que sugam a maior parte dos recursos que àquelas deveriam ser destinados.    
Só uma inversão muito significativa do investimento produtivo em favor dos países pobres do Sul (onde o custo da mão-de-obra será sempre mais barato), forçando-o a um re-investimento local dos seus lucros, poderá travar, a prazo, o apetite desmesurado das massas por este “mundo ocidental” (mas que inclui as moderníssimas cidades do Golfo Pérsico, por exemplo) gerando maciças correntes migratórias de que beneficiam toda a sorte de traficantes e donde provém grande parte das desgraças dos mais frágeis. Além de socorrerem as situações de urgente necessidade, os países ricos têm de passar a destinar uma parte substancial dos seus surplus a projectos agrícolas, industriais e de serviços dos países pobres. Não sei como isso se poderá fazer, num mundo dividido em 200 entidades soberanas e baseado felizmente (apesar de certos entraves) na liberdade de circulação das pessoas, ideias, informações, mercadorias e valores monetários – estes, provavelmente, a terem de vir a ser sujeitos a regras de controlo e equidade mais apertadas.
Porém, no mundo actual, tudo tem o seu reverso. Apesar de Trump e da sua equipa de empresários e generais reformados serem simultaneamente liberais em economia interna e proteccionistas na externa, chauvinistas para com os onze mihões de estrangeiros ilegais que habitam o território mas quererem fazer alguma “política social” para o país profundo que os elegeu, desejarem baixar os impostos mas gastar mais em obras públicas e armamento, etc. – acreditamos que tudo isto acabará por chegar a um certo ponto de equilíbrio, de modo a não provocar rupturas insuportáveis. E que tenha finalmente efeitos benéficos sobre a globalização descontrolada a que temos assistido nos últimos anos. Talvez “os sete” ou “os vinte” venham ainda a ser ungidos por línguas-de-fogo, não das caídas dos céus (que vêm muitas vezes sob a forma de trovões) mas oriundas dos anseios mais profundos – pacíficos e cooperantes – dos povos de que se julgam representantes.
A História deveria ensinar-nos que existem duas espécies de Política. Uma, com “P grande”, que seria a combinação da arte, ciência, sensibilidade e sentido histórico da governação, com vista ao bem-comum das populações, participando e reconhecendo-se estas em tais valores e orientações. Outra, a política com “p pequeno”, que diz respeito à luta pelo exercício do poder sobre os povos no âmbito estatal (e às vezes contra terceiros no âmbio externo), luta dirimida entre cliques rivais, tão capazes de se digladiarem até à morte como de se aliarem para manterem as suas posições de privilégio, de empregarem para isso os meios mais vís e violentos ou de seduzirem a plebe com falsas promessas ou declarações capazes de excitarem os seus mais baixos instintos. Como governo da cidade, só a primeira deveria verdadeiramente interessar-nos. 


Aqui encerramos a nossa colaboração cronística regular desde 2008, primeiro no Blogue “A Ideia Libertária” criado por Claude Moreira em Londres, e em seguida em www.aideialivre.blogspot.com que nos disponibilizou amplamente o seu espaço durante nove anos.
Está em preparação a criação de um novo Site com intenções análogas. A quem interessar, sugerimos que consultem o endereço provisório:  https://aideiablog.wordpress.com/  
Boa continuação!

João Freire / 28.Dezembro.2017

1 comentário:

  1. Acabei de ler, atento e deliciado, este excepcional texto de análise e de reflexão sobre este mundo em que vivemos.
    Porém, com surpresa, verifiquei que ele "encerra" uma longa colaboração que procurei acompanhar.
    É caso para agradecer a ajuda que recebi e que muito me ajudou a arrumar as minhas ideias.
    Agora, espero que o novo "site" chegue depressa!
    E aqui ficam, também, os meus votos de um bom ano de 2018 com saúde, alegria e muitas mais reflexões.

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