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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Os dias passam, cheios de poucas coisas

Enquanto se morre de guerra no Afeganistão ou no Iraque (um pouco menos), a Europa financeira e monetária prolonga-se na crise e Portugal parece andar anestesiado.
Da chicana política e parlamentar, já nem apetece falar. O governo, pela voz do primeiro-ministro ou do responsável das finanças, é forçado a manter um tom optimista, para não deprimir ainda mais as expectativas; se fizesse o contrário, todos os opinadores lhe cairiam em cima. Mas já poucos acreditam que as afirmações de hoje sejam mantidas no mês seguinte. Apesar de tudo, o novo líder do PSD tem marcado uns pontos de seriedade ao dispor-se a colaborar com o governo para enfrentar a gravíssima crise das finanças públicas (e de toda a economia portuguesa), pedindo cortes nas despesas, aceitando aumentos dos impostos e, enfim, alguma redução nos proventos dos mais altos dirigentes, não para atacar o problema económico, mas para dar o exemplo. Bendita crise! Já é alguma coisa. Mas não vai chegar.
É certo que o país gosta é de festas, emoções e polémicas (como aquela, insuperável de sabor, com que Mário Nogueira e Santana Castilho se têm digladiado ultimamente nas páginas do 'Público' acerca das últimas peripécias na educação). Mas dizia há dias um adepto benfiquista que a vitória das “águias” no campeonato interno da bola ia dar alegria aos portugueses durante uma semana. É pouco. Mais tempo durará a incerteza gostosa dos resultados dos futebolistas lusos no próximo “mundial” – veremos se com momentos emocionantes proporcionados por Ronaldo e companheiros, ou com falhanços de que o único responsável será o “professor” Carlos Queiroz (É que nem todos são Mourinhos). Mas nem a vista do Papa – momento de fé para uns, espectáculo com demasiada encenação para outros – foi capaz de nos livrar da última subida de impostos e outras medidas de austeridade que a nossa proverbial inconsciência tornou inevitáveis. Até quando?
JF/13.Maio.2010

1 comentário:

  1. Até quando? Os «velhos» Camilo Castelo Branco, mas também o Eça de Queiroz deixaram a «coisa» bem explicada. Aqui a história repetiu-se sempre. Cada vez percebo melhor o péssimismo do meu "vizinho" Alexandre Herculano. Abraços a todos.

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