Verão e Inverno, ao longo dos anos, a rapariga caixeira de supermercado tem-se mantido com uma atractividade física irresistível. Já não é uma miúda mas permanece com um corpo invejável, o rosto, as mãos e o cabelo sempre impecavelmente cuidados.
É claro que atrai a clientela masculina para o seu “canal”, mais do qualquer outra das suas colegas, mesmo as mais gentis e despachadas.
Mas simpatia também é coisa que não lhe falta a ela. Os profissionais que lhe deram formação deviam sentir-se orgulhosos da eficácia dos resultados. Porém, é pouco provável que ela daí retire algum ganho suplementar. Até talvez atice a inveja de outras.
O atendimento é forçosamente maquinal: o tapete a rolar, os produtos a exibirem o seu código-de-barras face à janela de leitura óptica, as operações de ensacamento… mas com aquele sorriso luminoso que completa alguma frase brevemente enunciada, sobre a afluência da hora ou o apetite da praia. O machola grosseiro avança com mais conversa, sem tino. Mas uma curta troca de palavras e o sorriso também não são negados às mulheres ou aos idosos.
Quando as suas unhas longas roçam a mão do cliente no momento do “troco”, um arrepio percorre o corpo deste e – que deleite! – ela se despede com mais um sorriso, enquanto já se vira para a pessoa seguinte dizendo “bom dia”.
Desistam os “marketistas” das suas campanhas publicitárias ou técnicas de desconto! O que atrai e fideliza o cliente-homem a uma determinada loja é o sorriso da caixeira. E a sua imagem pode alimentar, em alguns, imaginários mas saborosos sonhos orgásticos.
Eis como o rosto de uma rapariga simples de supermercado pode bem ter a sedução e o mistério de uma Monalisa dos tempos actuais.
JF /15.Nov.2011
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quarta-feira, 16 de novembro de 2011
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